terça-feira, 12 de outubro de 2010

Molusco Contagioso

Conceito


Doença da pele que se caracteriza pela produção de pápulas (elevações da pele) umbelicadas (com uma depressão central), de cor que varia do branco peroláceo (translúcido) ao rosa, em geral com 2 a 6 milímetros de diâmetro e com base (local de implantação) levemente hiperemiada (avermelhada). São comumente múltiplas principalmente por serem auto-inoculáveis. As lesões são levemente pruriginosas (produzem coceira) e localizam-se em qualquer região da pele (face, tronco e áreas expostas das extremidades) e, mais raramente, nas mucosas. Podem ocorrer em qualquer idade mas são mais comuns em crianças de 0 a 12 anos.



Sinônimos

Molusco



Agente

Poxvírus



Complicações/Consequências

Doença de evolução benigna. Em geral há cura sem sequelas.



Transmissão

Contato direto com pessoas infectadas. Também através de toalhas, vestimentas, piscinas etc. Em adolescentes e adultos a localização das lesões na região anogenital sugere transmissão sexual.



Período de Incubação

2 semanas a 3 meses após a contaminação.



Diagnóstico

Clínico. Raramente por meio de biópsia.



Tratamento

O tratamento de escolha é a remoção das lesões por curetagem (realizada por médico). Também ocorre involução espontânea das lesões, sem deixar sequelas, após 6 meses a 2 anos do seu início.



Prevenção

Evitar contato físico com pessoas infectadas.

sábado, 11 de setembro de 2010

Cancro Mole



Conceito


Ulceração (ferida) dolorosa, com a base mole, hiperemiada (avermelhada), com fundo purulento e de forma irregular que compromete principalmente a genitália externa mas pode comprometer também o ânus e mais raramente os lábios, a boca, língua e garganta. Estas feridas são muito contagiosas, auto-inoculáveis e portanto, frequentemente múltiplas. Em alguns pacientes, geralmente do sexo masculino, pode ocorrer infartamento ganglionar na região inguino-crural (inchação na virilha). Não é rara a associação do cancro mole e o cancro duro (sífilis primária).



Sinônimos

Cancróide, cancro venéreo simples, "cavalo"



Agente

Haemophilus ducreyi



Complicações/Consequências

Não tem. Tratado adequadamente, tem cura completa.



Transmissão

Relação sexual



Período de Incubação

2 à 5 dias



Diagnóstico

Pesquisa do agente em material colhido das lesões.



Tratamento

Antibiótico.



Prevenção

Camisinha. Higienização genital antes e após o relacionamento sexual. Escolha do(a) parceiro(a).

Cancro Duro



Conceito


Doença infecto-contagiosa sistêmica (acomete todo o organismo), que evolui de forma crônica (lenta) e que tem períodos de acutização (manifesta-se agudamente) e períodos de latência (sem manifestações). Pode comprometer múltiplos órgãos (pele, olhos, ossos, sistema cardiovascular, sistema nervoso). De acordo com algumas características de sua evolução a sífilis divide-se em Primária, Secundária, Latente e Terciária ou Tardia. Quando transmitida da mãe para o feto é chamada de Sífilis Congênita.



O importante a ser considerado aqui é a sua lesão primária, também chamada de cancro de inoculação (cancro duro), que é a porta de entrada do agente no organismo da pessoa.



Sífilis primária: trata-se de uma lesão ulcerada (cancro) não dolorosa (ou pouco dolorosa), em geral única, com a base endurecida, lisa, brilhante, com presença de secreção serosa (líquida, transparente) escassa e que pode ocorrer nos grandes lábios, vagina, clítoris, períneo e colo do útero na mulher e na glande e prepúcio no homem, mas que pode tambem ser encontrada nos dedos, lábios, mamilos e conjuntivas. É frequente também a adenopatia inguinal (íngua na virilha) que, em geral passa desapercebida. O cancro usualmente desaparece em 3 a 4 semanas, sem deixar cicatrizes. Entre a segunda e quarta semanas do aparecimento do cancro, as reações sorológicas (exames realizados no sangue) para sífilis tornam-se positivas.



Sífilis Secundária: é caracterizada pela disseminação dos treponemas pelo organismo e ocorre de 4 a 8 semanas do aparecimento do cancro. As manifestações nesta fase são essencialmente dermatológicas e as reações sorológicas continuam positivas.



Sífilis Latente: nesta fase não existem manifestações visíveis mas as reações sorológicas continuam positivas.



Sífilis Adquirida Tardia: a sífilis é considerada tardia após o primeiro ano de evolução em pacientes não tratados ou inadequadamente tratados. Apresentam-se após um período variável de latência sob a forma cutânea, óssea, cardiovascular, nervosa etc. As reações sorológicas continuam positivas também nesta fase.



Sífilis Congênita: é devida a infecção do feto pelo Treponema por via transplacentária, a partir do quarto mes da gestação. As manifestações da doença, na maioria dos casos, estão presentes já nos primeiros dias de vida e podem assumir formas graves, inclusive podendo levar ao óbito da criança.



Sinônimos

Cancro duro, cancro sifilítico, Lues.



Agente

Treponema pallidum



Complicações/Consequências

Abôrto espontâneo, natimorto, parto prematuro, baixo peso, endometrite pós-parto. Infecções peri e neonatal. Sífilis Congênita. Neurossífilis. Sífilis Cardiovascular.



Transmissão

Relação sexual (vaginal anal e oral), transfusão de sangue contaminado, transplacentária (a partir do quarto mês de gestação). Eventualmente através de fômites.



Período de Incubação

1 semana à 3 meses. Em geral de 1 a 3 semanas.



Diagnóstico

Pesquisa direta do agente nas lesões. Exames sorológicos (VDRL, FTA-ABS etc)



Tratamento

Medicamentoso. Com cura completa, se tratada precoce e adequadamente.



Prevenção

Camisinha pode proteger da contaminação genital se a lesão estiver na área recoberta. Evitar contato sexual se detectar lesão genital no(a) parceiro(a).





terça-feira, 3 de agosto de 2010

hepatite B

                                            INTRODUÇÃO E EPIDEMIOLOGIA


Mais de 50% da população mundial já foi contaminada pelo vírus da hepatite B. Estima-se algo em torno de 2 bilhões de pessoas que já entraram em contato com o vírus, 350 milhões de portadores crônicos e 50 milhões de novos casos a cada ano. Em áreas com maior incidência, 8 a 25% das pessoas carregam o vírus e de 60 a 85% já foram expostas. No Brasil, 15% da população já foi contaminada e 1% é portadora crônica.

O vírus que causa a hepatite B (VHB) é um vírus DNA, transmitido por sangue (transfusões, agulhas contaminadas, relação sexual, após o parto, instrumentos cirúrgicos ou odontológicos, etc.). Não se adquire hepatite B através de talheres, pratos, beijo, abraço ou qualquer outro tipo de atividade social aonde não ocorra contato com sangue. Após a infecção, o vírus concentra-se quase que totalmente nas células do fígado, aonde seu DNA fará o hepatócito construir novos vírus.


O vírus da hepatite B é resistente, chegando a sobreviver 7 dias no ambiente externo em condições normais e com risco de, se entrar em contato com sangue através de picada de agulha, corte ou machucados (incluindo procedimentos de manicure com instrumentos contaminados), levar a infecção em 5 a 40% das pessoas não vacinadas (o risco é maior do que o observado para o vírus da hepatite C - 3 a 10% ou o da AIDS - 0,2-0,5%).

Apesar de sermos capazes de produzir anticorpos contra o vírus, eles só funcionam quando o vírus está na corrente sangüínea. Depois que o vírus entra nos hepatócitos, os anticorpos não conseguem destruí-lo diretamente. Como partes do vírus são expressos (partes dele aparecem) na membrana que recobre o hepatócito (principalmente o HBcAg), o organismo reconhece estas partes e desencadeia uma inflamação, onde células (principalmente linfócitos T citotóxicos) destroem os hepatócitos infectados. Está iniciada a hepatite.


EVOLUÇÃO

Hepatite Aguda

O resultado desta hepatite depende do equilíbrio entre o comportamento do vírus e as defesa do hospedeiro (a "vítima"). Se a quantidade de células infectadas é pequena e a defesa é adequada, a hepatite B pode ser curada sozinha sem sintomas (70% dos casos). Se a quantidade de células infectadas é grande, a reação pode levar aos sintomas (30%).

O vírus da hepatite B pode permanecer no organismo, podendo infectar outras pessoas, por semanas antes dos sintomas, variando de 6 semanas a 6 meses. Os sintomas iniciais são mal estar, dores articulares e fadiga, mas depois podem evoluir para dor local, icterícia (amarelão), náuseas e falta de apetite. Os sintomas desaparecem em 1 a 3 meses, mas algumas pessoas podem permanecer com fadiga mesmo depois da normalização dos exames.

Em alguns poucos casos (0,1-0,5%), a resposta do organismo é tão exagerada que há destruição maciça dos hepatócitos (hepatite fulminante), podendo ser fatal. Cerca de 50% dos casos de hepatite fulminante estão relacionados à infecção com hepatite B. O sintoma que mais sugere a hepatite fulminante é o desenvolvimento de alterações neurológicas (sonolência, confusão mental), além de sangramentos e dificuldade respiratória.

Hepatite Crônica

Em cerca de 3-8% dos adultos, a defesa imunológica não consegue destruir as células infectadas e a inflamação (hepatite) persiste. Quando a infecção persiste por mais de 6 meses, definindo hepatite crônica, a chance de cura espontânea é muito baixa. Os sintomas mais comuns são falta de apetite, perda de peso e fadiga, apesar da maioria das pessoas ser assintomática. Outras manifestações extra-hepáticas, mais raras, incluem artralgias, artrite, poliarterite nodosa, glomerulonefrite, derrame pleural, púrpura de Henoch-Schölein, edema angioneurótico, pericardite, anemia aplástica, pancreatite, miocardite, pneumonia atípica, mielite transversa e neuropatia periférica.

Dentre as pessoas com hepatite B crônica, algumas tem sistema imunológico "tolerante" ao vírus. Nestas, a destruição de hepatócitos é quase nula e, portanto, o risco a longo prazo de evolução da doença é baixo. Nestes pacientes, os níveis de AST e ALT, marcadores de lesão celular, são baixos, a quantidade de vírus circulando no sangue é pequena e a pessoa é considerada portadora sã, o que significa que essa pessoa dificilmente sofrerá as conseqüências da doença, mas que mesmo assim pode transmiti-la. Mesmo nessas pessoas, podem haver períodos de atividade ("flares") da doença que, se curtos, não costumam alterar o prognóstico.

Outras pessoas desenvolvem destruição crônica das células do fígado, com elevação de AST e ALT e atividade histológica constantes, ou "flares" prolongados. Estes portadores de hepatite crônica ativa têm um risco maior de desenvolver cirrose e câncer.

Com a destruição crônica das células, estas aos poucos vão dando lugar às cicatrizes, até o desenvolvimento de cirrose. Até cerca de 50% destas pessoas com cirrose vai desenvolver um câncer de fígado (hepatocarcinoma), mas mesmo antes da cirrose o hepatocarcinoma pode surgir. De fato, o risco anual de desenvolvimento de hepatocarcinoma é de 0,06-0,3% em portadores sãos, 0,5-0,8% na hepatite crônica ativa e 1,5-6,6% na cirrose. Deve-se lembrar no entanto que o uso de álcool e a co-infecção com hepatites A, C ou D costumam piorar muito o curso da doença.

Hepatite adquirida ao nascimento

No caso de crianças que entram em contato com o vírus no parto, o sistema imunológico é incapaz de desenvolver uma boa defesa. Isto faz com que um grande número de células se infectem e, com o tempo, o organismo desenvolve uma certa "tolerância", gerando uma hepatite crônica leve em cerca de 90% dos casos. O risco de hepatite crônica já diminui para 20-50% quando há infecção em crianças entre 1-5 anos. Em adultos com déficit de imunidade, o risco é de cerca de 50%.

Espera-se que, neste tipo de infecção, 90% dos portadores assintomáticos ainda apresentem sinais de replicação do vírus (HBeAg positivo) aos 15 anos de idade, uma fase chamada de "tolerância imunológica", mas que essa taxa reduza gradativamente até apenas 10% aos 40 anos. Durante essa segunda fase, chamada de "depuração imunológica", o sistema imunológico tenta eliminar o vírus, levando a episódios de "flares" (ativações) da hepatite intercalados com períodos de ausência de atividade da doença. Durante essa fase, há a formação, portanto, de cicatrizes (fibrose) e pode se desenvolver hepatopatia crônica ou cirrose. Nos 90% que aos 40 anos não desenvolveram cirrose e permanecem na terceira fase (de "baixa replicação"), o prognóstico é bom. Os 10% que permanecem com atividade da doença tem pior prognóstico, com maior risco de desenvolvimento de cirrose e hepatocarcinoma.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da hepatite B, bem como das suas fases evolutivas, é baseado classicamente na coleta de sorologias, conforme tabela abaixo. No entanto, deve ser associado a marcadores de lesão de células (AST e ALT) e, mais recentemente, pode ser utilizado o método de PCR (polimerase chain reaction) para detectar a quantidade do vírus circulante no sangue.

Compreender o significado dos exames sorológicos não é fácil e é motivo de confusão não só entre os portadores, mas também entre os médicos que não estão acostumados a lidar com a hepatite B. É extremamente comum recebermos e-mails de portadores com diagnósticos de hepatite B crônica ativa quando na verdade os exames só mostraram que foram vacinados contra a hepatite B.

Quais são as principais doenças sexualmente transmissíveis?

Doença sexualmente transmissível (DST) – Um termo geral para designar qualquer doença ou infecção que se contrai por meio de contacto sexual com uma pessoa infectada. Também chamada doença venérea, ou infecção génito-urinária. Se não manténs contacto sexual com ninguém, não precisas de te preocupar com as doenças sexualmente transmissíveis. Se tens uma relação sexual com alguém e quer tu quer o teu parceiro tiveram no passado, contacto com outras pessoas, um dos dois pode ter uma DTS. Por vezes, há sinais óbvios (ou sintomas) de se ter contraído uma DTS . Mas outras vezes não há sinais evidentes, ou sintomas.


Há pelo menos 25 infecções diferentes que podem ser transmitidas durante as relações sexuais. Muitas doenças tanto podem afectar homens como mulheres. As DST afectam os órgãos genitais ou partes do corpo por onde passa a urina (a bexiga e a uretra). Podem também afectar a boca e a garganta se forem espalhadas através do sexo oral. Muitas DST podem ser tratadas e curadas. Algumas podem deixar a pessoa muito doente se não forem tratadas. Outras podem provocar esterilidade nas mulheres. Se achas que tu ou o teu parceiro padecem de alguma DST, devem ir ao médico ou a uma consulta especializada num hospital, a fim de iniciarem o tratamento o mais depressa possível (se a mulher estiver grávida, deve dizê-lo ao médico antes de lhe ser ministrado algum tratamento, para evitar prejudicar o feto).

Se manténs relações sexuais com alguém, deves proteger-te contra as DST. Eis algumas das coisas que podes fazer:

1. Limita o número de pessoas com quem manténs relações sexuais. Se fizeres amor apenas com uma pessoa e se ambos nunca tiveram qualquer outro parceiro anterior, não podes contrair uma DST.

2. Não tenhas relações sexuais com ninguém cujo pénis ou vagina sofra de um corrimento não normal ou cujos órgãos genitais pareçam inflamados ou com vesículas.

3. Utiliza um preservativo.

4. Urina e lava a zona genital depois de teres relações sexuais.

5. Finalmente, diz ao teu parceiro sexual se tens ou se pensas que tens uma DST.

Há pelo menos 25 infecções diferentes que podem ser transmitidas durante as relações sexuais.

Exemplos de doenças sexualmente transmissíveis são a hepatite B, a sida, a gonorreia , a candidíase, a sífilis, o herpes genital etc.